(sic) Custa 800 Reais mais mija de verdade

Pasmada e com os olhos tocando a franja, minha cunhada contou aos risos que ouviu a frase acima de um vendedor de uma rede de loja de brinquedos instalada num shopping. Sendo enfático: não era uma loja qualquer num lugar qualquer e, claro, também não era uma boneca qualquer, afinal, esta sabe “fazer xixi”, ou mijar, como preferiu o profissional de vendas!

Ah! Fala sério! Depois de ouvir uma dessa os oitocentos reais viraram um assalto a mão armada, ou melhor, a ouvidos mijados!

Mas e aí?! Vamos percorrer essa história e ver onde chegamos.

Seria um “preconceito verbal” da minha pessoa quanto ao verbo utilizado? Uma vez corrigi uma colega, a Rosana, quanto ao verbo pinchar e... tomei o Aurélio na cara provando a valida aplicação do dito cujo verbo! Então... Auto lá! Sou um cara que aprende inclusive com as experiências vivenciadas: fui dar uma estudada e aprendi [de novo] com o Aurélio que a aplicação deste verbo está correta mesmo, mas descobri também que fazer uso do mesmo é conotação de plebeísmo. Minha nossa! Meu preconceito então é sócio-econômico?! Não, não é não. Meus valores estão claramente assentados em outros aspectos, mas cheguei ao ponto que queria para fechar esse assunto.

O ponto é que esta boneca precisa da graça existente na expressão “fazer xixi”, quem mija é o machão amigo do profissional de vendas que atendeu minha cunhada e não a boneca que vai ser a companheira da minha filha [ou da sua]. Veja que maluco, o fabricante investe a maior grana, tempo e inteligência para fazer chegar ao mercado uma linda boneca que faz xixi (um valor agregado, um diferencial) e o cara lá da ponta final da cadeia não é capaz de ter a percepção que “fazer xixi” é o que faz a boneca VALER oitocentos reais e não CUSTAR oitocentos pau por que sabe mijar de verdade.

Enfim, atribuo a responsabilidade deste ato ao empresário dono da loja, que compra um estoque, contrata uns capiau, adestra (treinamento para utilizar o sistema de informática da loja) e fica falando pra todo mundo que “as coisa vão mau”.