domingo, abril 27, 2008

Uqué que a baiana tem?

"Mais seu moçu, mulhé não gosta de ganhá presente impar!"

Com essa frase, dita num sorriso largo, que uma vendedora fechou pra mim o que certamente a baiana também tem: marquetim.

Conheci também o Valter, um taxista que descobriu que ser bom (não lograr turista) dá mais dinheiro, e ponha aí um pouco de técnica: voltar no restaurante alguns minutos depois de ter deixado o cliente, devolver a caneta que emprestou (propositadamente) e pronto! Cliente conquistado e agora todas as suas dicas (comissionadas) serão palavras de ordem. E olha: se alguém for pra Salvador, não deixe de pegar o telefone dele comigo, porque o cara é bom mesmo!

O check-out no hotel já havia estourado no horário, mas ouvi "Sorria! Você está na Bahia!". E lá fiquei eu mais algumas saborosas horas.

Na Bahia todos os espaços são verdadeiramente democráticos, de convívio íntimo e comum entre o negro e branco, o rico e o pobre, o famoso e o ilustre desconhecido. Todo mundo é "Meu rei"!

Encontrei Seu Rubens, ex-acessor de Tancredo Neves e Sarney, que uniu-se à conversa da nossa mesa pra concordar que "quem depende não existe" e pra se despedir me ensinou muito sobre simplicidade. Ahh! Preciso dizer que essa mesa era a do Cantina da Lua, onde fui apresentado ao proprietário Seu Clementinho, o polêmico Rei Momo Magro, uma doçura de pessoa que, todo de branco, desejou a mim o que desejo a todos vocês que passam por aqui "SAÚDE E PAZ".