Estava a minha pessoa numa aprazível avenida de Passo Fundo aguardando o próximo ônibus para a rodoviária (voltaria para Tapejara, casa de meu tio). Quando minha prima disse “é esse” me atirei, num impulso de presteza, a frente da gauchada que estava no ponto. Até aqui, visto como um bruto, mas tudo bem. O problema foi minha manifestação cultural: estiquei o braço direito com o corpo reclinado para rua, junto a sarjeta, sinalizando ao motorista nossa intenção de embarcar! Quase se matando de rir, minha prima ainda aproveita e tira um pêlo: “Qué isso guri?! Queres me matar de vergonha?! Da próxima te arrumo um laço e tu péga o bicho!!!”.
O fato é que no sul, ao menos nos arredores de Passo Fundo, o motorista sempre pára nos pontos, independente de haver passageiro para embarque ou desembarque. Já aqui em nossas interioranas adjacências, se o ponto estiver cheio e nenhuma boa alma levantar o braço, pode esperar pelo próximo porque o buzão não vai parar!
Isso é uma questão de Cultura tchê! Ou de Modelo Mental, já que até em ponto onde a parada é obrigatória eu vi por aqui gente esticando o braço!
No meu caso eu não soube reconhecer o meio, aliás, nem parei para observar o meio. É por essa razão que muitas vezes a gente acaba se dando mau: é preciso falar a língua dos anjos! Se você é forasteiro, preste atenção antes de qualquer ato, seja prudente contigo tchê!
Ahh! Ainda vale acrescentar: contei aqui uma história boa hein! Já vivenciei situações profissionais idênticas, mas nestas histórias lobos vestiam peles de cordeiro, de forma natural, cultural (para eles).